A Diocese de Bonfim publicou nesta segunda-feira (06) um comunicado para informar que constatou que a vinícola que fornece o vinho usado nas celebrações das missas está entre as que foram acusadas de trabalho escravo no Rio Grande do Sul.

Por conta disso, diz o comunicado, a Diocese está “em contato com outras vinícolas, pois a Eucaristia não pode ser celebrada às custas da exploração de nossos irmãos e irmãs”.

Semana passada trabalhadores baianos foram resgatados após serem encontrados em situação semelhante à escravidão em um alojamento de Bento Gonçalves-RS. O caso de situação semelhante à escravidão veio à tona quando três trabalhadores procuraram a polícia após fugirem de um alojamento em que eram mantidos contra sua vontade. Uma operação realizada no mesmo dia resgatou mais de 200 pessoas que eram submetidas a trabalho análogo à escravidão durante a colheita da uva.

A Diocese de Bonfim, no comunicado assinado pelo Bispo Dom Hernaldo Pinto Farias, não cita o nome da vinícola que fornece o vinho para suas celebrações. O bispo conclui a nota afirmando que “é imprescindível que, no combate às injustiças ainda existentes em nossa sociedade, sejamos coerentes com o anúncio da Boa Nova, que nos ensina a ter um cuidado especial com os mais vulneráveis”.

Leia na íntegra o comunicado:

“Chegou ao nosso conhecimento, através dos meios de comunicação e da nota oficial emitida pela CNBB, que a Vinícola fornecedora do vinho que consumimos em nossas Eucaristias está também envolvida no escândalo sobre o uso de trabalho em situação análoga à escravidão no Rio Grande do Sul.

Diante dessa realidade inadmissível, prontamente, já na semana passada, tomamos a decisão de não mais adquirirmos daquela empresa. Estamos em contato com outras vinícolas, pois a Eucaristia não pode ser celebrada às custas da exploração de nossos irmãos e irmãs, inclusive alguns pertencentes à nossa Diocese.

É imprescindível que, no combate às injustiças ainda existentes em nossa sociedade, sejamos coerentes com o anúncio da Boa Nova, que nos ensina a ter um cuidado especial com os mais vulneráveis”.

Dom Hernaldo Pinto Farias, sss
Bispo Diocesano de Bonfim